28 de abril de 2009

Capítulo 15

Café, caneta, formicida

Deu-se na orquestra de Mazzucca a fase, digamos assim, mais estável de Casé. Ficou entre 1957 e 61, e nesse meio tempo teve muito trabalho paralelo. Em 60, no Rio, uma vez mais tocou ao lado de Moacir Peixoto, Luiz Chaves e Rubinho. Foi no Teatro Municipal, durante o 2° Concerto de Jazz de Câmera, gravado ao vivo. Participaram também os grupos de Dick Farney, K-Ximbinho e Cipó.


Como solista ou anônimo integrante de naipes, Casé poderia ter feito gravações às toneladas, mas não achava nenhuma graça naquela praxe de receber o pagamento trinta dias depois. Suas atuações em estúdio são poucas, às vezes resumidas a fraseados, sempre com o sopro inconfundível que salta aos ouvidos em Ninguém na Rua, samba-canção de Billy Blanco, do LP Meia-noite em Copacabana, que Dick Farney fez em 1956. Em 69, nos Estúdios Reunidas, no prédio da Gazeta na avenida Paulista, gravou jingles e trilhas que ajudaram a vender caneta esferográfica, loja de departamentos e café. Com arranjo de César Mariano, o saxofonista junta-se a Lanny Gordin na viola e Sabá no baixo para descrever, com interpretação de Wilson Simonal, a derrota de saúvas predadoras para o guerreiro valente, atribuída a um formicida da Shell. A partir de 70, fez vários jingles e trilhas para filmes publicitários na produtora Abertura, que o pagava à vista. Para chegar ao estúdio, na Joaquim Eugênio de Lima, apelava por telefone ao baterista Toniquinho:

– Vem me pegar que eu tô sem grana pro táxi.

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